Work Text:
Espero que gostem e boa leitura a todos !
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Fanfic: O amor é mais forte que demônios.
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Na criação, o fundamental para qualquer criatura é o amor.
Em vez de encontrar falhas nos outros, reconheça seu amor.
Se não, sem perceber, transformamos muitas pessoas como Jai, em Ravana. ( filme Jai Lava Kusa )
Eu nunca havia visto tanta violência em minha vida antes.
Eu nunca havia sentido tanta violência em minha vida antes.
Eu nunca havia visto tantos mortos em minha vida antes.
Eu nunca havia vivido algo como o que eu vivi na clareira de Berhampur Ghat.
Eu havia levado um tiro.
Kusa tinha um ferimento na cabeça que não parava de sangrar.
Nossos inimigos estavam mortos.
Os capangas de Ravana estavam mortos.
Mas nada me aterrorizou mais do que ver a morte de Ravana.
E saber que aquele demônio, levaria consigo o meu irmão.
O meu amado Jai !
Eu estava em pânico.
Depois de tantos anos separados, estávamos finalmente juntos.
E com toda a maldade com a qual fomos criados na infância, começando a ser superada.
Eu perderia o meu irmão.
E para a crueldade de um mundo, no qual o meu descaço o empurrou !
Jai fechou os olhos diante de mim, e começou a cair perdendo as poucas forças que possuía.
Mas eu não me permiti soltá-lo.
O chão não era o lugar para o Jai, jamais seria.
O solo de Berhampur não era digno de receber seu corpo.
O desespero pela morte de Jai e a forte dor na cabeça, finalmente atingiram Kusa.
Fazendo com que ele perdesse a consciência por alguns momentos.
Mas eu não tinha tempo para me preocupar com Kusa, e deixei que Kaaka cuidasse dele.
Eu nunca estive lá para o Jai em vida.
E eu não soltaria sua mão agora em sua morte.
Eu ouvi Kaaka gritando algumas ordens.
Mas eu não saberia dizer, se alguém sobreviveu a batalha, ou se mais capangas de Ravana haviam chegado no local.
Toda a minha atenção estava focada em Jai.
Meus olhos, observado com atenção o rosto de Jai.
O mesmo rosto que vi no espelho todos os dias da minha vida.
E que por várias vezes me perguntei, se os rostos de meus irmãos teriam diferenças, causadas por nossas escolhas de vida...
Jai parecia tão calmo !
Era como se de alguma forma, a morte o tivesse trazido paz.
Ou talvez fosse o fato de que pela primeira vez, nós corremos até ele.
Nós o reconhecemos, nós lutamos pelo Jai !
Finalmente reencontrar meu irmão apenas para perdê-lo dessa forma.
O destino havia sido cruel conosco...
O destino havia sido cruel com o Jai !
Em minha dor eu o abracei com todas as minhas forças.
E nesse momento, quando meu ouvido tocou o peito de meu irmão, eu ouvi o som do milagre.
O coração do Jai estava fraco, mas ainda batia.
Ravana estava morto, mas ele não havia levado o Jai consigo.
Jai era mais forte que um demônio !
O grito de vitória que eu dei ao ouvir o coração de meu irmão batendo.
Ecoou por todo aquele lugar.
Minha voz gritando em alegria pela vida do Jai.
Mesmo em meio aquele mar de morte no qual estávamos.
Jai estava vivo e eu faria o impossível para que continuasse assim !
Eu estava tão focado em segurar a mão de Jai e tentar fazê-lo recobrar a consciência.
Que só percebi que Kusa estava ao nosso lado quando ele segurou a outra mão de Jai.
Kusa se abaixou, fazendo uma suave caricia no cabelo de Jai.
Sussurrando em seu ouvido que irmão forte e corajoso ele era.
E que Lava e Kusa só existiam porque Jai esteve sempre a frente deles.
Eu e Kusa explodimos em alegria e êxtase.
Ao sentir, que logo após o discurso de Kusa.
Jai havia apertado nossas mãos.
Ravana estava morto, mas o Jai não.
Jai estava vivo e nós lutaríamos por ele.
Da mesma forma que ele havia lutado por nós durante toda a nossa infância !
Jai precisava de cuidados, descanso e paz.
E ele não teria isso no haveli.
O haveli pertencia ao demônio, e Ravana estava morto.
Foi um dos capangas, o mais alto deles, cujo nome eu nunca decorei.
Disse sobre uma cidade tranquila onde vivia seu primo.
Um vilarejo distante, que parecia perdido no tempo.
E que ele tinha certeza de que lá nós não seriamos perturbados.
E ele estava certo.
O lugar era tranquilo e isolado, o que o tornava seguro.
O médico que nos atendeu era uma pessoa objetiva e muito eficiente no seu trabalho.
E o fato dele possuir algum tipo de deficiência auditiva.
Não diminuía em nada a autoridade dele naquele hospital.
Ele disse que podia entender nosso medo.
E que também, quase perdera seu irmão, para a crueldade que existia na política.
Ele garantiu que ninguém nos perturbaria.
E ele conseguiu !
Se mostrando um médico mais rigoroso que qualquer capanga que Ravana pudesse um dia ter sonhado em possuir.
A bala de meu braço foi removida...
Uma transfusão sanguínea não foi necessária.
Apenas repouso e eu ficaria bem.
A cabeça de Kusa foi examinada...
Ferimentos leves e sem concussão.
Apenas repouso e ele ficaria bem.
Apesar de que Kusa teve que ser medicado para poder ficar quieto e descansar.
Já o Jai, esse era outra história...
Múltiplos ferimentos internos e externos.
Sobrecarga muscular.
Perda significativa de sangue.
Duas facadas nas costas, e um tiro no peito.
Eu e Kusa doamos nosso sangue para o Jai.
Apesar de feridos, estávamos aptos para a doação.
E éramos 100% compatíveis com o Jai.
Uma das vantagens em se ser gêmeos univitelinos.
A bala no peito foi removida sem problemas.
Pois não atingiu nenhum órgão ou artéria principal.
As facadas que ele levou nas costas eram o mais preocupante.
A primeira estava próxima demais da espinha dorsal.
Um único erro, e Jai ficaria paralisado.
A segunda facada atingiu um pulmão.
E foi esse golpe que causou o colapso de Jai, o fazendo perder a consciência.
Cinco horas de cirurgia.
Uma ressecção pulmonar.
Três dias em coma.
E todos nós respiramos aliviados, quando no quarto dia, Jai abriu os olhos, recobrando a consciência !
Os dias seguintes passaram de forma lenta e tranquila.
Com Jai usando suas energias em sua própria recuperação.
Eu usando as minhas energias para cuidar do Jai.
E Kusa e Kaaka usando a energia deles para enterrar Ravana para sempre !
Jai não queria saber o que seria feito com o que um dia foi seu.
E nem queria opinar sobre o assunto.
Ele deu total autonomia para Kaaka decidir tudo.
Sua única exigência foi a de que nenhum inocente pagasse por seus crimes.
Nós não tínhamos ideia do que Kaaka estava fazendo, até que ele e o Kusa apareceram na televisão.
Kusa estava em uma coletiva de imprensa, em uma delegacia de Berhampur.
Contando em meio a lágrimas e gritos a mirabolante história.
De como o M.P. Sakar era o verdadeiro demônio da cidade.
Entre soluços e lágrimas.
Kusa começou a relatar os métodos cruéis usados por Sakar para manipular o jovem e vulnerável Jai,
Explorando suas dores e transformando sua raiva em obediência cega.
Transformando Jai em Ravana, e fazendo dele seu criminoso particular.
Alguém que faria todo o seu trabalho sujo e garantiria que suas vontades sempre fossem atendidas.
Kusa continuou falando e com os olhos cheios de lágrimas.
Que quando Jai tentou se livrar de Ravana, e começou a fazer a coisa certa, Sakar se revoltou.
Que ele orquestrou uma invasão ao haveli do Jai quando ele não estava lá.
E que covardemente matará ao melhor amigo de Jai, o jovem Tapan.
E como depois ele ameaçou a vida dele mesmo, Kusa e de seu irmão Lava.
Assim como a vida das jovens Simran, irmã mais nova do Tapan, e Priya amiga de Lava.
Obrigando Jai a aprisionar todos em seu haveli, apenas para garantir a vida das pessoas que amava.
Uma repórter conseguiu interromper o discurso de Kusa perguntando se ele tinha provas.
- Você não vai ouvir.
- Você não vai ouvir nada.
- Você quer provas.
- Entregue a ela as provas, ENTREGUE A TODOS ELES !
Kusa gritou para alguém que estava atras dele.
E quando as câmeras mostraram Kaaka entregando uma pasta a cada repórter, foi que eu entendi.
O dinheiro de Ravana foi usado para criar as provas.
O dinheiro de Ravana foi usado para colocar toda a culpa em Sakar.
O dinheiro de Ravana foi usado para libertar o Jai.
Outro repórter perguntou se Jai viria a público para dar sua versão da história.
Kusa apenas olhou para o repórter, com o olhar mais sério que eu já vi em sua face.
Eu nem sabia que Kusa era capaz dessa expressão e de tamanha seriedade em seu olhar.
- Jai está em paz !
- Ravana está morto !
- Vocês estão seguros !
- E ISSO É TUDO O QUE VOCÊS PRECISAM SABER !
A transmissão acabou mostrando Kusa e Kaaka deixando o lugar onde a coletiva foi feita.
Eu desliguei a televisão e me virei para Jai, esperando por sua reação.
E fui surpreendido com uma alta e sonora gargalhada.
Eu não havia me dado conta da saudade que sentia desse som até ouvi-lo.
Kusa estava certo, Jai estava em paz !
Eu ainda não sabia o que esperar do futuro.
Nenhum de nós sabia o que seria feito do dia de amanhã.
Mas sabíamos de uma coisa.
Fosse o que fosse que viesse.
Seja lá o que for nos acontecer.
Nós três, estaríamos sempre juntos.
Nós três, enfrentaríamos tudo juntos.
Pois só quando estamos juntos assim, é que nós somos Jai Lava Kusa !
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Fim
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-> Notas <-
Essa ideia surgiu depois de uma madrugada reassistindo a Jai Lava Kusa.
Porque eu, assim como todo o fandom AMAMOS esse filme, mas ODIAMOS o seu final.
E eu percebi que ainda não havia dado a minha versão alternativa ao final desse filme.
Então aí está ^_~
Espero que tenham gostado e espero ser digna de comentários XD